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CORPO GOVERNANTE DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
O Corpo Governante das Testemunhas de Jeová é formado por um
órgão central de homens mais experientes, usualmente designados. Este colegiado
tem a responsabilidade de promover e coordenar a obra das Testemunhas de Jeová em dezenas de milhares de
congregações. O Corpo Governante designa homens qualificados que, por sua vez,
são autorizados a designar anciãos e servos ministeriais para cuidar das congregações. As
Testemunhas de Jeová em todo o mundo respeitam essas designações. Esse grupo de
homens, orienta, direciona, determina e dirige a organização das Testemunhas de
Jeová. A autoridade deste grupo é incontestável dentro da organização, pois
crêem que falam por designação de Deus.
MODELO BÍBLICO
As Testemunhas de Jeová baseiam a necessidade de existência de um Corpo
Governante, ou órgão central administrativo, por entenderem que há um paralelo
com o que acontecia nas congregações do Século I EC.
Desde o começo, os seguidores de Jesus estavam
organizados. Ao passo que o número dos discípulos se multiplicava, formaram-se
igrejas ou congregações locais e designaram-se homens responsáveis, presbíteros
ou anciãos, para as
orientarem. Por exemplo, o apóstolo Paulo escreveu a Tito, comissionando-o:
· Tito 1:5
"Eu te deixei em Creta para cuidares da organização e ao mesmo tempo para que
constituas presbíteros em cada cidade." (Bíblia de Jerusalém, nova edição revista e
ampliada, de 2002)
Após a morte de Jesus, os doze apóstolos
actuavam como o que pode ser designado um corpo governante central. Nesta
função, tomaram destemidamente a dianteira na obra de evangelização. (Atos
4:33, 35, 37; 5:18, 29) Organizaram a distribuição de alimentos para os
necessitados, e enviaram missionários a Samaria, para
cuidar do interesse relatado lá (Atos 6:1-6; 8:6-8, 14-17). Vários assuntos
eram reportados a esses homens em Jerusalém. Por exemplo, Barnabé
apresentou-lhes Paulo, para confirmar que ele era agora um seguidor de Jesus
(Atos 9:27; Gálatas 1:18, 19). Também, depois de Pedro ter pregado a Cornélio e
aos da sua casa, ele voltou a Jerusalém e explicou aos apóstolos e a outros
irmãos na Judéia havia ocorrido esta primeira conversão entre os gentios (Atos
11:1-18).
Quando surgiu uma disputa sobre se os gentios que seguiam a Jesus deviam
sujeitar-se à Lei religiosa dos judeus, o assunto foi apresentado para decisão
aos "apóstolos e anciãos, que estavam em Jerusalém". (Atos 15:2, 6,
20, 22, 23) A Bíblia não revela porque outros além dos Apóstolos foram
incluídos nas reuniões de tomada de decisões, mas a morte de Tiago e o
encarceramento de Pedro provavam que os apóstolos poderiam algum dia ser presos
ou mortos. Assim, a presença de outros anciãos habilitados garantiria a
continuação ordeira da supervisão de todas as igrejas ou congregações. Esta
supervisão era muitas vezes exercida por meio de cartas e instruções escritas:
· Atos 16:4
"Ao passarem pelas cidades, transmitiam-lhes, para que as
observassem, as decisões sancionadas pelos apóstolos e anciãos de
Jerusalém." (Bíblia de Jerusalém, nova edição revista e
ampliada, de 2002)
Assim, segundo o entendimento das Testemunhas de Jeová, os
"apóstolos e anciãos em Jerusalém" enviavam cartas e emissários às
congregações, servindo como um colégio governante ou orientador. O Corpo
Governante das Testemunhas de Jeová afirma seguir este precedente bíblico ao
enviar cartas, publicações bíblicas e superintendentes viajantes, com o
objectivo de corrigir, instruir, orientar e encorajar todas as Testemunhas de
Jeová.
ESTRUTURA INICIAL DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Em julho de 1879 foi publicada pela primeira vez uma nova revista
religiosa chamada Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo
(em inglês), em Pittsburgh, na Pensilvânia,
Estados Unidos da América, com uma primeira
edição de apenas 6.000 exemplares. A revista passou a ter uma tiragem mensal e
o seu redator e editor era Charles Taze Russell, mencionando-se os nomes
de mais cinco colaboradores regulares. Naquele tempo, Russell associava-se com
uma congregação cristã de estudantes da Bíblia em Allegheny, na
Pensilvânia, e esta congregação solicitou que ele servisse como seu pastor
religioso. Depois disso, Russell veio a ser mundialmente conhecido como
"Pastor Russell".
A edição em inglês, de Setembro de 1881 da Torre de Vigia de Sião, (hoje
conhecida como A Sentinela - Anunciando o Reino de Jeová) foi
publicada como edição especial destacando o artigo "Alimento Para os
Cristãos Refletivos". Esta edição atraiu muita atenção e teve ampla
distribuição. Anteriormente, Russell havia publicado outros panfletos
gratuitos, distribuindo milhões de cópias. Com o fim de divulgar com mais
eficiência literatura bíblica similar a tais panfletos, organizou-se em 1881 a Sociedade Torre de Vigia
de Tratados de Sião (Zion’s Watch Tower Tract Society) que viu a sua
designação alterada am 1986 para Sociedade Torre de Vigia
de Bíblias e Tratados (Watch Tower Bible and Tract Society). Os
estatutos da Sociedade estabeleceram uma provisão de direito a votos em que
todo associado que contribuísse um total de dez dólares tinha direito a voto na
escolha dos membros da junta de diretores e administradores da Sociedade. Era
opinião geral que tais contribuições dariam evidência do genuíno interesse na
obra daquela organização. Esta Sociedade passou a ter Assembleias-gerais dos
seus membros, numa base anual, desde 1885.
Com o passar do tempo, organizaram-se outras sociedades religiosas, em
outros países, para trabalharem com a sociedade religiosa original nos Estados
Unidos. Em consequência, muitos milhares de pessoas, em todo o globo,
tornaram-se leitores das publicações da Sociedade Torre de Vigia
de Bíblias e Tratados. Elas reuniam-se em grupos de estudo da Bíblia e
esperavam receber dos redatores e editores da Sociedade Torre de Vigia o que
consideravam alimento espiritual na forma da revista A Sentinela e de outras
publicações como ajudas ao entendimento do texto bíblico. Estes cristãos vieram
a ser conhecidos como Estudantes Internacionais da Bíblia.
Continuaram a usar este nome até 26 de julho de 1931, quando adotaram num
congresso geral da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, em Columbus, Ohio, Estados Unidos da
América, a resolução de tomar o nome de Testemunhas de Jeová.
Até à década de 40 do Século XX, a Diretoria da Sociedade Torre de
Vigia, constituída por sete membros, que incluía o Presidente, eram
virtualmente os responsáveis por toda a informação publicada, bem como pela
orientação dos procedimentos administrativos e doutrinais a aplicar em cada
congregação das Testemunhas de Jeová em toda a terra. Assim, era habitual usar
a expressão a Sociedade como referência a esta liderança.
SURGE O CONCEITO DE UM CORPO GOVERNANTE
Na reunião administrativa com todos os membros da Sociedade que tinham
direito a voto, em 2 de outubro de 1944, foi unanimemente decidido que
os estatutos da Sociedade fossem revisados. O número de membros seria
restringido entre 300 e 500, devendo todos ser homens escolhidos pela junta de
diretores, não com base nas contribuições monetárias, mas por serem Testemunhas
de Jeová maduras, ativas e fiéis que estivessem servindo por tempo integral na
obra da organização ou que fossem ministros ativos nas congregações das
Testemunhas de Jeová. Esses membros votariam para a escolha da junta de
diretores, e a junta de diretores por sua vez selecionaria os seus componentes.
Esse novo sistema entrou em vigor no ano seguinte, em 1 outubro de 1945.
Foi na sequência dessa Assembleia-geral da Sociedade Torre de Vigia
de Bíblias e Tratados em 2 de outubro de 1944, que pela primeira vez se fez
referência ao grupo de homens responsáveis pela orientação dos interesses das
Testemunhas de Jeová como constituíndo um Corpo Governante. O artigo "O
Alinhamento Teocrático Hoje", publicado em A Sentinela de novembro de
1945, declarou:
"Razoavelmente, os aos quais se confiou a publicação das verdades
reveladas da Bíblia eram considerados o corpo governante escolhido do Senhor
para guiar todos os que desejavam adorar a Deus em espírito e em verdade e
servi-lo unidamente na disseminação destas verdades reveladas a outros famintos
e sedentos. (...) O dinheiro, conforme representado nas contribuições
financeiras, não deve ter voto determinante, de fato não deve ter nada que ver
com a escolha do corpo governante das Testemunhas de Jeová na terra. O espírito
santo, a força ativa que desce de Jeová Deus mediante Cristo Jesus, é que deve
determinar e guiar o assunto."
CONCEITO ATUAL
Apesar dos ajustes estatutários da Sociedade em 1944, durante as décadas
seguintes os membros do Corpo Governante ainda eram identificados com os sete
membros da diretoria da Sociedade Torre de Vigia
de Bíblias e Tratados da Pensilvânia. Sobre o Presidente da Sociedade
recaía a principal carga de responsabilidade de tomar decisões que afetavam o
funcionamento das filiais e congêneres da Sociedade em todo o mundo.
Em 1 de Outubro de 1971, a Sociedade Torre de Vigia
de Bíblias e Tratados de Pensilvânia realizou a sua Assembléia-geral anual,
no Salão de Assembléias das Testemunhas de Jeová, em Buckingham,
na Pensilvânia, Estados Unidos da América. Todos os sete membros da Diretoria
desta Sociedade estiveram presentes e participaram no programa apresentado. A
lista de membros de Sociedade na ocasião era de 450, em toda a terra. Muitos
destes membros assistiram pessoalmente e outros foram representados por
procuração. Ao todo, assistiram 2.076 pessoas a esta assembléia geral. No
programa apresentado, explicou-se que o Corpo Governante deveria ser uma
estrutura mais aproximada da que existia pouco depois da implementação do
Cristianismo, durante o período apostólico. Foram fornecidas razões para
separar definitivamente o conceito de Corpo Governante da Diretoria de uma
qualquer Sociedade. Entre tais argumentos estavam os seguintes:
· Os mandatos dos diretores da Sociedade expiravam após três anos,
necessitando de ser substituídos ou reeleitos. O mesmo acontecia com os
mandatos de três encarregados da Sociedade, a saber, os do presidente, do
vice-presidente e do secretário-tesoureiro (e agora também o do seu ajudante).
Mas, tal como no caso dos doze apóstolos e dos outros anciãos da congregação de
Jerusalém, os membros do Corpo Governante não poderiam ser eleitos anualmente,
mas deveriam ocupar os seus cargos de responsabilidade de modo permanente,
enquanto vivessem e continuassem fiéis como discípulos de Jesus Cristo.
· O Corpo Governante não deveria ter funcionários tais como a Diretoria da
Sociedade, a saber, titulares tais como um presidente, um vice-presidente, um
secretário-tesoureiro e um secretário-tesoureiro ajudante. Deveria ter apenas
alguém que preside, assim como teve o corpo governante do Século I AD.
Argumentou-se que o apóstolo Pedro presidiu ao corpo governante no dia festivo
de Pentecostes do ano 33 AD, e o discípulo Tiago, meio-irmão de Jesus Cristo, presidiu
numa data posterior, segundo a narrativa nos Atos dos Apóstolos.
· O número de membros do Corpo Governante não deveria ser limitado ao
número dos membros da Diretoria da Sociedade, a saber, ao número de sete. A
congregação cristã começou em Pentecostes com doze membros no seu corpo
governante situado em Jerusalém, e foi posteriormente aumentado para além dos
doze apóstolos de Cristo para incluir outros anciãos da congregação de
Jerusalém.
· Entendia-se que o Corpo Governante deveria ser constituído apenas por
membros "ungidos" e com esperança celestial.
No entanto, a maioria dos até 500 membros da Sociedade com direito a voto são
constituídos por pessoas que não professam pertencer a essa classe. Assim, não
seria lógico que fossem tais pessoas a escolher o Corpo Governante
"ungido".
Embora o modelo antigo baseado em: "Atos 15: 4 Chegando a
Jerusalém, foram recebidos benevolamente pela congregação e pelos apóstolos e
anciãos, e eles narraram as muitas coisas que Deus tinha feito por meio deles.
5 Contudo, alguns dos da seita dos fariseus, que haviam crido, levantaram-se
dos seus assentos e disseram: “É necessário circuncidá-los e adverti-los que
observem a lei de Moisés.” 6 E os apóstolos e os anciãos ajuntaram-se para
considerar esta questão. 7 Ora, tendo havido muita disputa, levantou-se Pedro e
disse-lhes: “Irmãos, bem sabeis que desde os primeiros dias Deus fez entre vós
a escolha de que por intermédio da minha boca as pessoas das nações ouvissem a
palavra das boas novas e cressem; 8 e Deus, que conhece o coração, deu
testemunho por dar-lhes o espírito santo, assim como dera também a nós."
E, "Atos 15: 22 Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos,
junto com toda a congregação, enviar a Antioquia homens escolhidos dentre eles,
junto com Paulo e Barnabé, a saber, Judas, que era chamado Barsabás, e Silas,
homens de liderança entre os irmãos; 23 e escreveram por sua mão: “Os apóstolos
e os anciãos, irmãos, aos irmãos em Antioquia, e Síria, e Cilícia, que são das
nações: Cumprimentos!"
Vemos que Atos, escrito por Lucas, mostra claramente que
"fariseus" e "toda a congregação" também faziam parte
daquele tal corpo governante, todos estavam juntos. O que não acontece hoje,
quando meia dúzia de membros do atual corpo governante, decidem sobre todos os
membros testemunhas.
Outro fato interessante a ressaltar é que naquele tempo não existia uma
empresa, uma sociedade, por trás do corpo governante como existe hoje, contrariando
a ordem direta de Jesus registrado em "Lucas 10:1 Depois destas coisas, o
Senhor indicou outros setenta e os enviou, aos dois, na sua frente, a cada
cidade e lugar aonde ele mesmo estava para ir. 2 Começou então a
dizer-lhes: “A colheita, deveras, é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Por isso, rogai ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua
colheita. 3 Ide. Eis que eu vos envio como cordeiros no meio de lobos.
4 Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias, e não abraceis a ninguém
em cumprimento ao longo da estrada. 5 Onde quer que entrardes numa casa,
dizei primeiro: ‘Haja paz nesta casa.’ 6 E, se ali houver um amigo da paz,
descansará sobre ele a vossa paz. Mas, se não houver, ela voltará para vós.
7 Assim, ficai naquela casa, comendo e bebendo as coisas que provêem,
porque o trabalhador é digno de seu salário. Não vos estejais transferindo de
casa em casa."
Portanto, vemos que Jesus disse que para pregar não deveriam levar
qualquer aparato para levar publicações (bolsa ou similar, e conclui-se ainda
que não havia necessidade de uma editora de livros e revistas),e ainda disse
que não deveriam ir (transferir) de "casa em casa".
COMISSÕES ADMINISTRATIVAS DO CORPO GOVERNANTE
No começo de dezembro de 1975, todo o Corpo Governante das Testemunhas
de Jeová reuniu-se em Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos da América, com o
objectivo de considerar recomendações relacionadas com a organização e o
funcionamento. Por muitos meses, duas comissões diferentes haviam estudado
ajustes na organização. E assim, em 4 de dezembro de 1975, o Corpo
Governante aceitou unanimemente essas recomendações, sendo que o presidente do
Corpo Governante, em 12 de dezembro de 1975, leu para a família de Betel uma
carta explicando os ajustes. Enviaram-se também cartas a todas as filiais e
congéneres em todo o mundo, explicando o funcionamento, e na Sentinela de 1 de
fevereiro de 1976 (em inglês; 1 de abril, em português) foi publicado um artigo
intitulado "Ajustes no Corpo Governante", o qual explicou que
haviam sido formadas seis comissões do Corpo Governante que começaram a
funcionar em 1 de janeiro de 1976.
Cada comissão seria constituída por 3 a 6 membros, todos os quais tendo
voz igual nos assuntos em consideração. O presidente de cada comissão serviria
nessa capacidade por um ano. Os membros individuais do Corpo Governante
poderiam servir em uma ou mais dessas comissões. Os assuntos decididos por
unanimidade em cada comissão, seriam submetidos à apreciação de todos os
membros do Corpo Governante.[1]
Segundo mencionado em A Sentinela [2],
estas seis Comissões e as suas responsabilidades são as seguintes:
· Comissão dos Coordenadores
É formada pelos coordenadores de cada uma das outras comissões e um
secretário. Ela se certifica de que todas as comissões operem de modo suave e
eficiente. Cuida também de emergências maiores, perseguições, desastres e
outros assuntos urgentes que afectam as Testemunhas de Jeová no mundo inteiro.
· Comissão de Redação
Esta comissão supervisiona a colocação do alimento espiritual em forma
escrita e gravada para publicação e distribuição entre as Testemunhas de Jeová
e o público em geral, tal como preparação de novas publicações e a redacção de
artigos, incluindo a produção de cassetes áudio e vídeo, CD's e DVD's. Visto
que ela trata das publicações, supervisiona também o trabalho de tradução feito
em toda a terra, em centenas de línguas.
· Comissão de Ensino
A responsabilidade desta comissão é supervisionar a programação e
realização das reuniões congregacionais, assembleias de Circuito e Especiais,
Congressos de Distrito, bem como das diversas escolas de treinamento
especializado. Cuida ainda da instrução para a família de Betel, esquematizando
a matéria a ser usada para esses fins.
· Comissão de Serviço
Esta comissão supervisiona a realização da obra de evangelização, o
trabalho das comissões de Filial, dos superintendentes de Zona, dos
superintendentes de Circuito e de Distrito, actividades dos pioneiros especiais
e missionários, e cuida das designação ou remoção de anciãos e de servos ministeriais.
· Comissão Editora
Esta comissão supervisiona a impressão, edição e expedição das
publicações em todo o mundo. Portanto, tem a responsabilidade de supervisionar
as gráficas e propriedades pertencentes e administradas pelas diversas
sociedades usadas pelas Testemunhas de Jeová, bem como as operações
financeiras, assuntos jurídicos e comerciais relacionados com a evangelização
das Testemunhas em toda a terra.
· Comissão do Pessoal
Esta comissão tem a supervisão sobre os arranjos feitos para prestar assistência
pessoal e espiritual aos membros das famílias de Betel, pertencentes à Ordem
Mundial dos Servos Especiais de Tempo Integral das Testemunhas de Jeová, e
tem a responsabilidade de convidar novos membros a servir nas famílias de Betel
e em outras instalações em todo o mundo.
Além do arranjo de supervisionar a obra do Corpo Governante das
Testemunhas de Jeová por meio das seis comissões, foi também providenciado que
cada filial, a partir de 1 de fevereiro de 1976, tivesse uma comissão
responsável para cooperar com o Corpo Governante na administração dos arranjos
organizacionais, mantendo-o informado sobre o progresso da obra do Reino no
território designado a filial. Esta comissão tem um presidente que serve por um
ano. Dependendo do tamanho da filial, a comissão poderá ter desde três membros
a tantos quantos sete. O rodízio de presidência nas comissões de filial ocorre
cada ano em 1 de janeiro.
DESENVOLVIMENTOS MAIS RECENTES
A Sentinela de 15 de Abril de 1992 publicou um anúncio onde se
apresentavam alguns ajustes no funcionamento das Comissões do Corpo Governante.
A revista informava na página 31:
"Os membros do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová,
atualmente 12, continuam a servir fielmente em suas designações. Sempre são
gratos pelo apoio zeloso dos membros leais da crescente “grande multidão”.
(Revelação ou Apocalipse 7:9, 15) Em vista do tremendo aumento no mundo
todo, parece apropriado nesta ocasião providenciar ajuda adicional para o Corpo
Governante. Portanto, decidiu-se convidar vários ajudantes, principalmente
dentre a grande multidão, para participarem nas reuniões das Comissões do Corpo
Governante, isto é, as Comissões do Pessoal, Editora, de Serviço, de Ensino e
de Redação. Assim, o número de participantes nas reuniões de cada uma dessas
comissões será aumentado para sete ou oito. Sob a orientação dos membros do
Corpo Governante da respectiva comissão, esses ajudantes participarão nas
considerações e cuidarão de várias incumbências que a comissão lhes der. Este
novo arranjo vigora a partir de 1 de maio de 1992."
Assim, Testemunhas de Jeová que não professavam ser membros da classe "ungida" e com esperança celestial,
serviam agora como observadores e ajudantes, sem direito a voto, sendo que o
anúncio traçava um paralelo entre estes e os antigos ajudantes não israelitas,
netineus e filhos dos servos de Salomão, que
retornaram do exílio em Babilónia com o restante dos judeus. Esses não-israelitas
chegaram a ultrapassar em número os levitas que retornaram (Esdras 2:40-58;
8:15-20).
No final da Assembleia-geral anual da Sociedade Torre de Vigia
de Bíblias e Tratados de Pensilvânia, em 7 de Outubro de 2000, o
presidente da reunião, John E. Barr, membro do Corpo
Governante, fez um anúncio especial que ampliou os discursos proferidos antes
naquele dia pelos também membros do Corpo Governante Theodore Jaracz e Daniel
Sydlik. Nessas intervenções, explicou-se que não existiam motivos bíblicos
para se insistir em que todos ou quaisquer diretores de entidades jurídicas
usadas pelas Testemunhas de Jeová fossem cristãos que professavam pertencer à
classe do Escravo Fiel e Discreto,
"ungidos" com esperança celestial.
Referente à Sociedade Torre de Vigia, John E. Barr acrescentou:
"Desde a sua formação em 1884, a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de
Pensilvânia tem desempenhado um papel importante na nossa história moderna. Mesmo
assim, ela é apenas um instrumento jurídico à disposição do 'escravo fiel e
discreto' quando necessário."
Anunciou-se então à assistência que certos membros do Corpo Governante
das Testemunhas de Jeová, que serviam como diretores e executivos, haviam abdicado
voluntariamente das diretorias de todas as sociedades usadas pelas Testemunhas
de Jeová. Elegeram-se homens dignos de confiança, que não professam pretencer à
classe ungida, para substituí-los.
Considerou-se essa mudança como benéfica, pois permite que os membros do Corpo
Governante gastem mais tempo na preparação do alimento espiritual e no cuidar
das necessidades espirituais da fraternidade mundial das Testemunhas de Jeová.
COMO O CORPO GOVERNANTE É ENCARADO PELAS TESTEMUNHAS
Segundo as Testemunhas, a Bíblia mostra que os verdadeiros cristãos não
devem servir a Deus coagidos ou obrigados, mas sim de forma voluntária. Para
explicar como essa pretensão pode ser compatível com um organismo que governa, A Sentinela
publicou um artigo intitulado "Uma vida em liberdade à altura da
dedicação cristã" [3],
que pretendia analisar a relação entre a liberdade individual de cada
Testemunha e a existência de um Corpo Governante. Ao considerar a questão
acima, a revista mencionava:
"Para responder a esta pergunta, temos de ter em mente o princípio
bíblico da chefia. (1 Coríntios 11:3) Em Efésios 5:21-24, Cristo é identificado
como "cabeça da congregação", aquele a quem ela "está
sujeita". As Testemunhas de Jeová entendem que o escravo fiel e discreto é composto dos
irmãos espirituais de Jesus. (Hebreus 2:10-13) Esta classe do escravo fiel foi
designada para fornecer ao povo de Deus o espiritual "alimento no tempo
apropriado". Neste tempo do fim, Cristo designou este escravo "sobre
todos os seus bens". Portanto, a posição dele merece ser respeitada por
aquele que afirma ser cristão."
Mais adiante, a revista esclarecia:
"O Corpo Governante é uma provisão amorosa e um exemplo de fé digno
de ser imitado. (Filipenses 3:17; Hebreus 13:7) Por aderirem a Cristo e o
seguirem como modelo, esses irmãos podem repetir as palavras de Paulo:
"Não é que sejamos os amos de vossa fé, mas somos colaboradores para a
vossa alegria, porque é pela vossa fé que estais em pé." (2 Coríntios
1:24) Por observar tendências, o Corpo Governante chama atenção para os
benefícios de se acatar o conselho bíblico, dá sugestões sobre como aplicar as
leis e os princípios bíblicos, adverte contra perigos ocultos e dá o necessário
encorajamento aos "colaboradores". Desincumbe-se assim da mordomia
cristã, ajuda-os a manter a alegria e edifica-os na fé, para que possam
manter-se firmes. (1 Coríntios 4:1, 2; Tito 1:7-9) Quando uma Testemunha toma
decisões baseadas no conselho bíblico dado pelo Corpo Governante, faz isso da
sua própria vontade, porque seu próprio estudo da Bíblia a convenceu de que
este é o proceder certo. Cada Testemunha é influenciada pela Palavra do próprio
Deus para aplicar o sólido conselho bíblico dado pelo Corpo Governante,
reconhecendo plenamente que as decisões que tomar afetarão a relação pessoal
que tem com Deus, a quem se dedicou. — 1 Tessalonicenses 2:13." [4]
Apesar de se assumirem como "cristãos ungidos" pelo espírito
santo de Deus, afirmam que são co-cristãos e não amos da fé de cada Testemunha
de Jeová [5].
A classe do "escravo fiel e discreto", composta por
milhares de Testemunhas que se consideram "ungidas", e a que os
membros do Corpo Governante afirmam pertencer e representar, é reconhecida
pelas Testemunhas como sendo o actual canal de comunicação de Deus [6].
Crêem que são guiados pelo espírito santo de Jeová, mas não alegam ser
infalíveis [7],
inspirados por Deus ou ter o dom de profetizar [8],
ao contrário do que atribuem aos escritores do texto bíblico. Os membros do
Corpo Governante, bem como todos os outros que se consideram "cristãos ungidos",
reconhecem ser humanos imperfeitos e não se afirmam infalíveis, nem como pessoas nem no exercício
das suas funções, e têm reconhecido erros relacionados com expectativas,
determinadas doutrinas ou procedimentos. Várias vezes reconhecem nas
publicações da Sociedade Torre de Vigia que a sua visão sobre certos assuntos
era incorreta e que se fizeram esforços para aprofundar conhecimentos bíblicos
para se adotarem medidas mais compatíveis com o que as Testemunhas consideram
ser a Verdade da Bíblia. Nas suas publicações costumam comparar tais alterações
com o aumento de luz ao se aproximar a manhã, luz crescente essa que permite
ver mais nitidamente o que sempre esteve presente mas se distinguia com
dificuldade [9].
Com referência a este esclarecimento gradual, costumam citar o versículo
bíblico de Provérbios 4:18:
"Mas a vereda dos justos é como a luz clara que clareia mais e mais
até o dia estar firmemente estabelecido." (NM)
Ainda assim, as Testemunhas aceitam voluntariamente esta liderança
porque, na sua perspectiva, o êxito da obra mundial orientada de uma forma
unida pelo Corpo Governante só pode significar que merecem a aprovação divina.
Afirmam que, tal como Deus usou homens que cometeram erros no passado para
conduzir o Seu povo, tal como Moisés, Davi, Salomão, Pedro ou Paulo, Ele o
continua a fazer de igual modo hoje.
MEMBROS DO CORPO GOVERNANTE
São atuais membros do Corpo Governante, em ordem alfabética:
· Anthony Morris III (desde 25 de agosto de 2005)
· David H. Splane (desde 2 de outubro de 1999)
· Geoffrey Jackson (desde 1 de setembro de 2005)
· Gerrit Lösch (desde 1 de julho de 1994)
· Guy H. Pierce (desde 2 de outubro de 1999)
· M. Stephen Lett (desde 2 de outubro de 1999)
· Mark Sanderson (desde 1 de setembro de 2012)
· Samuel F. Herd (desde 2 de outubro de 1999)
A presidência das reuniões do
Corpo Governante é rotativa por ordem alfabética e o seu mandato dura 1 ano. As
decisões do Corpo Governante, sobre assuntos doutrinais e procedimentos
organizacionais, são feitas por maioria de dois terços dos membros ativos.
Antes de 1975, as
suas decisões eram tomadas por unanimidade.
LISTA DE ANTERIORES MEMBROS (1972 A 2010)
· Albert D. Schroeder (1974-2006)
· Carey W. Barber (1977-2007)
· Charles J. Fekel (1974-1977)
· Daniel Sydlik (1974-2006)
· Ewart Chitty (1972-1979)
· Frederick William Franz (1972-1992)
· George D. Gangas (1971-1994)
· Grant
Suiter (1972-1983)
· Hugo H. Riemer (1974-?)
· John C. Booth (1974-1996)
· John E. Barr (1977-2010)
· John O. Groh (1972-1975)
· Karl
F. Klein (1974-2001)
· Leo K. Greenlees (1972-1984)
· Lyman Alexander Swingle (1972-2001)
· Martin Pötzinger (1977-1988)
· Mílton George Henschel (1972-2003)
· Nathan Homer Knorr (1972-1977)
· Raymond Victor Franz (1972-1980)
· Theodore Jaracz (1974-2010)
· Thomas James Sullivan (1972-1974)
· William K. Jackson (1972-1981)
· William Lloyd Barry (1974-1999)
REFERÊNCIAS
1.
↑
Anuário das Testemunhas de Jeová,
de 1977, pág. 258-9; Testemunhas de
Jeová - Proclamadores do Reino de Deus, pág. 234-5
2.
↑
A
Sentinela de 15 de Maio de 2008, página 29; A Sentinela
de 15 de Junho de 2010, páginas 3 e 4
3.
↑
A
Sentinela de 15 de Março de 1998, páginas 18 a 23
4.
↑
A
Sentinela de 15 de Março de 1998, página 27
5.
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Sentinela de 1 de Março de 1978, página 21
6.
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A
Sentinela de 1 de Setembro de 1991, página 18
7.
↑
As Testemunhas de Jeová - Unidas em Fazer Mundialmente a Vontade de Deus,
publicado em 1989, página 26
8.
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A
Sentinela de 15 de Janeiro de 1994, página 16
9.
↑
A
Sentinela de 15 de Fevereiro de 2006, página 26
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